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Inovação não é sobre hardware nem software, mas sim peopleware!

por | fev 13, 2022 | 0 Comentários

Inspirada por várias fontes, esta semana resolvi começar uma série de artigos sobre GENTE. Primeiro me inspirei em conversas que tive com amigos e clientes esta semana, segundo pelo comentário da @Carmem Pastor em meu artigo da semana passada, e terceiro pelo artigo da ITTrends que compartilhei ontem. https://www.linkedin.com/posts/fabianeastolpho_antes-da-inova%C3%A7%C3%A3o-%C3%A9-preciso-superar-as-barreiras-activity-6677013524700643328-zt1Q . Aqui convido você a pensar sobre o passo a passo para o início da Inovação na sua empresa, voltando o olhar para as pessoas. 

Por um lado, sabemos que construímos nosso próprio ‘mapa’ interno e que gostamos de seguir agindo e trabalhando de uma mesma forma, porque ela teve sucesso em vários cases passados da nossa vida. Por outro lado, a curiosidade humana nos leva à inovação, a agir de uma nova forma, a buscar o novo e com isso evoluir. E como aliar esses dois lados no mundo corporativo? Ter a segurança de andar dentro do nosso ‘mapa’, mas também lidar com o desconforto da inovação e seguir em frente evoluindo?

Não ouso ir para o lado psicológico desse equilíbrio. E, como boa Engenheira, vou para o lado prático. Gosto de usar processos e metodologias que já foram estudadas e comprovadas, tanto por pesquisadores e acadêmicos feras da área, quanto por mim, meus amigos e clientes. 

O que é premente é convencer os executivos. Logicamente a Direção tem que querer a inovação. Mas, muitas vezes o que encontramos são os líderes contra, ou não engajados. Isso ocorre quando eles não enxergam valor ou não entendem os benefícios da inovação, ou como ela é realizada ou alcançada. E isso acontece frequentemente, porque “navegar por mares nunca d’antes navegados” apresentará muitas incertezas pelo caminho. Aqui as respostas não estão todas prontas. 

Para amenizar isso, e engajar os executivos, precisamos atender 4 necessidades dos seres humanos: a necessidade de segurança, de conexão- somos seres sociais, de reconhecimento e de autorrealização. A primeira necessidade que precisa ser atendida, a mais básica excetuando-se as necessidades físicas, é a necessidade de Segurança.

Segurança

A necessidade de segurança nos negócios aumenta com a idade. Sim, depois de passar por vários problemas na vida, ficamos mais avessos ao erro, a arriscar, a perder dinheiro. E a cultura das startups de admirar o erro, ver o lado da aprendizagem que o erro traz, mal completou 10 anos no Brasil. Também, as empresas do Agro também não são uma Google, não investimos em 100 projetos sabendo que apenas 1 dará (super) certo. Esse não é o nosso perfil. Em geral somos conservadores, pois já trabalhamos em um ambiente cheio de incertezas que não controlamos, como clima, câmbio, pragas e doenças, valor do produto na bolsa, …

Dentro do nosso cenário agrícola, precisamos entender o que abala a nossa segurança. O medo do desconhecido é a principal delas. E hoje, com tantas opções de inovação, muitas pessoas não sabem nem o que fazer, nem por onde começar. No início, os executivos precisam ter clareza do que fazer, clareza sobre o que impactará mais o seu negócio, tanto positiva quanto negativamente. Por isso tentei escrever estes passos da maneira mais simples possível, para ajudar às empresas do Agro que queiram começar a trilhar o seu caminho na inovação:

  1. Neste início você precisa, logicamente, ter claridade sobre as necessidades do seu cliente hoje, e o que ele pode querer no futuro. A centralidade no cliente é um fator que leva empresas inovadoras a seguirem estes passos que estou listando aqui, de forma natural.
  2. Tendo claro as necessidades do seu cliente, você precisa listar como você o atende, como ele é atendido pela concorrência e todas as novas possibilidades de atendê-lo. Aqui, muito provavelmente você pode encontrar algumas inovações incrementais. Mas é possível que haja alguma inovação disruptiva que pode impactar o seu negócio, tanto agregando valor quanto destruindo-o. 
  3. Após listar todas as possibilidades que impactam o seu negócio, é necessário separar as de maior impacto no curto, médio e longo prazo. 
  4. As inovações que vão impactar o seu negócio no curto prazo, precisam de um projeto e investimento.
  5. As que podem impactar no médio prazo devem virar um experimento. Você pode realizar um protótipo, ou usar o que um parceiro já fez, ou desenvolver com uma startup. Desta forma você gasta pouco e terá mais subsídios para entender esta tecnologia e poder definir o que fazer no médio prazo. 
  6. E, para o longo prazo, eu sugiro acompanhar através de pesquisas. Primárias- onde você mesmo irá perguntar. Ou secundárias, onde você vai acompanhar o que outros tem pesquisado sobre o tema.

Desta forma eliminamos a falta de foco e a falta de claridade, que trazem insegurança para os executivos. Tendo claro o que fazer, e por quê fazer, permite começar a construir o ‘como’ fazer, que estão nos itens 4 e 5. Não saber quais os possíveis caminhos para ir de A para B, para implementar o projeto de inovação que impactará o seu negócio no curto prazo, gera um excesso de cautela que é prejudicial à inovação. 

  1. Para evitar isso é necessário mapear os caminhos possíveis na construção deste plano (dos passitens 4 e 5), saber os riscos e benefícios de cada caminho, e assim escolher um deles. E aqui a dica é ser enxuto e ágil.

Com estes passos teremos uma melhor visão do começo, meio e fim- mas é importante também lembrar que o meio e o fim podem mudar. As tecnologias mudam, as necessidades do cliente mudam, e até você mesmo pode mudar neste processo, e enxergar um outro caminho. Pivotar, como fazem as startups. Você pode mudar o meio e o fim para atingir o mesmo objetivo, porém de uma outra forma. A transformação digital é uma cultura. E as empresas que adotam a transformação digital, a adotam de forma permanente. Estão sempre mudando, sempre inovando para continuar atendendo os seus clientes e aumentar a longevidade da empresa.

Este é um início, que deve ser permeado todo o tempo pela COMUNICAÇÃO. O diálogo em todas as etapas é essencial para o engajamento dos executivos. E aqui a dica importante é que as diferentes gerações tem vocabulário diferente. Ter aqui um facilitador que ‘traduza’ o que as startups e o TI falam, para os mais experientes (porque são eles que tem a experiência de mercado, vão decidir e também financiar o projeto) e vice-versa, ajuda bastante. Logicamente ambos também precisam estar abertos a esse diálogo. Tanto os experientes precisam estar abertos as novidades dos jovens, quanto as startups precisam flexibilizar desenvolvimentos para atender as empresas.

Parece uma lista pequena e rápida, mas é importante respeitar o tempo necessário para as pessoas entenderem e se engajarem. Também é impossível abranger tudo o que pode acontecer neste caminho, com um simples passo a passo. Espero que ajude, mesmo assim. Também deixarei a discussão sobre o atendimento das outras necessidades: de conexão, de reconhecimento e de autorrealização, para artigos futuros. 

Bom, enfim, a mensagem mais importante que gostaria de deixar é que as inovações, as novas tecnologias, são apenas ferramentas que uma empresa pode utilizar. Cada um pode escolher o caminho que desejar, a ferramenta que quiser. Pode ser um marketplace, um aplicativo, eventos virtuais, digitalização da logística, não importa qual. O mais importante é a empresa agregar valor ao seu cliente. Não se prenda na ferramenta, seja um resolvedor dos problemas, das dores do seu cliente.

Você sabe que adoro discutir esse assunto. Mande a sua opinião nos comentários ou no email: f.astolpho@frutoagrointeligencia.com.br

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